quarta-feira, 18 de julho de 2012

Samara Felippo agora na Record: “Nunca larguei a profissão”

Desde que ganhou seu primeiro papel em 1997 através de um concurso no programa “Domingão do Faustão”, Samara Felippo virou figurinha carimbada em novelas da TV Globo. Depois da estreia no remake de “Anjo Mau”, ela participou de mais de 15 produções da emissora em 10 anos. No entanto, nos últimos cinco anos anos, a atriz deu uma desacelerada na carreira, virou presença bissexta nas telas e focou na construção da sua família com o jogador de basquete Leandro Barbosa, com quem tem Alícia, de três anos. “Ele nunca pediu para eu parar de atuar e eu nunca larguei a profissão”, afirma.


Durante esse período, Samara passou por um momento de “turbulência” - como a própria descreve - e ficou nervosa por não receber nenhum convite para voltar a atuar nas telinhas. “Passei por um momento de ansiedade. Logo após acabar a licença-maternidade, fiquei com muita vontade de voltar, mas nada acontecia. Depois de um tempo relaxei e as coisas começaram a surgir”, confessa ela, que está fora do ar desde a série “Dercy de verdade”, no começo deste ano.
Por toda essa relação com a TV Globo, Samara surpreendeu ao assinar contrato com a Record no início desse mês. Ela vai ser uma das personagens principais da série “José – De Escravo a Governador. “A Record já tinha me feito alguns convites no passado, mas nunca pude aceitar porque sempre estava envolvida em outros projetos. Agora, surgiu a oportunidade e fiquei muito feliz. Mudança é algo bom”
Em entrevista ao iG Gente, no Hotel Praia Ipanema, Samara fala pela primeira vez sobre a nova fase da carreira. A atriz também fala sobre seu casamento e descarta qualquer possibilidade de morar fora do país para acompanhar o marido, que mora nos Estados Unidos. “Não quero morar lá”, disse ela. “Minha rotina nos Estados Unidos é chata. Não é minha cultura, não é onde está minha família ou meus amigos. Ás vezes, a questão de não dominar a língua, me irrita”. Confira a entrevista:
iG: Após 15 anos na Globo, você acaba de assinar contrato com a Record. Por que optou por mudar de emissora? 
Samara Felippo: Não teve isso. Não estava com contrato com a Globo e a Record já tinha me feito alguns convites no passado, mas nunca pude aceitar porque sempre estava envolvida em outros projetos. Agora, surgiu a oportunidade e fiquei muito feliz porque é um papel muito bom, no melhor produto da casa. Vou viver a Diná, irmã do protagonista vivido pelo Ângelo Paes Leme. É um prato cheio porque ela vai ser estuprada, viver desilusões amorosas e, por causa disso, terá acessos de loucura. Mas assinei contrato com a Record por obra, até dezembro. Foi uma opção minha.
iG: Por quê? 
Samara Felippo: É difícil ficar presa em um contrato e não poder viajar para ver meu marido, que mora fora do país. Já tive contratos longos, mas acho que não faria mais isso. Estou numa fase da minha vida que para eu fazer algo tem de valer a pena e me dar prazer. Hoje, posso me dar esse luxo. Escolher os meus trabalhos.
iG: Como fica a sua relação com a Globo? 
Samara Felippo: Normal. A Record está me recebendo com muito carinho, assim como sou tratada na Globo. Não tenho o que falar dela. E já aviso: não vou ficar fazendo comparações e polemizando como alguns outros atores. Também nem poderia falar nada porque nem comecei a gravar ainda.
iG: Sua última novela foi em 2007 e, nos últimos anos você tem feito trabalhos pontuais na TV, como na série “Dercy de Verdade”. Está com saudade de fazer novelas? 
Samara Felippo: Não vou ser hipócrita e dizer que não estou. Lógico que tenho muitas saudades. Senti falta da rotina de decorar o texto, estar nos estúdios, encontrar os amigos. Mas desde que a Alicia nasceu e tenho minha família, minhas prioridades são outras. Ela vem em primeiro lugar em tudo.
iG: Ficou com medo de não ser chamada para novos papeis? 
Samara Felippo: Medo não seria a palavra. Eu passei por um período de ansiedade. Logo após acabar a licença maternidade da Alicia fiquei com muita vontade de voltar. Fiquei na cabeça: tenho de emagrecer, preciso voltar a trabalhar... E nada acontecia. Fiquei ansiosa, mas depois de um tempo, relaxei. Comecei a fazer teatro, cursos, viajar e foi tudo se encaixando. As coisas começaram a fluir, os convites a aparecer. Acabou aquela angústia.
iG: O Leandrinho te ajuda a tomar decisões relacionadas a sua carreira? 
Samara Felippo: Super. A gente sempre conversa sobre tudo. Ele me conheceu atriz e sabe que sou apaixonada pelo que faço. Ele nunca pediu para eu parar de atuar. E eu nunca larguei a profissão e fui morar lá fora. Só estou mais devagar, escolhendo melhor o que quero fazer, aprendendo a dizer não, coisa que muitas vezes não fiz.
iG: Como mantém um casamento estando em outro país?Samara Felippo: É redundante falar que relacionamento a distância é difícil, ainda mais com um filho. Mas tentamos driblar de todas as formas. A gente vai encaixando nossos tempos – sempre quando dá ele vem para cá ou vice-versa – e a tecnologia também ajuda. Nos falamos três vezes ao dia, pelo menos. Não sei até quando isso vai, mas este é um fato que estamos conseguindo contornar.
iG: E a Alícia? 
Samara Felippo: Sempre falo do pai para ela, a coloco para falar com ele no telefone, mas eu faço basicamente tudo. O Leandro tem de ficar longe por causa da profissão dele, não tem jeito. Eu tento educá-la da melhor maneira possível. Mas tudo eu compartilho com o Leandro. Se coloquei de castigo, o que ela ganhou... sempre o deixo a par de tudo, mas eu sou “pãe” né? Por isso eu sou durona com ela. Se não, só tem a avó e o pai que lambem.
iG: Quer ter mais filhos? 
Samara Felippo: Quero dar um irmão para ela, mas só quando o Leandro estiver aqui. Ser mãe de um, com pai longe, já é difícil. De dois, então, tem de ter muita força.
iG: Pensa em morar com ele nos Estados Unidos?Samara Felippo: Não e nem quero isso. Ele sabe disso. Eu passo temporadas lá até nos estabilizarmos aqui no Brasil. A carreira de atleta é muito mais curta que a de atriz. Tem essa vantagem e desvantagem. Ele deve ter mais alguns anos de NBA (a liga norte-americana de basquete) e, quando parar lá, quer terminar a carreira jogando no Brasil. Aí, vai ficar tudo mais fácil.
iG: Não gostou da vida de lá? 
Samara Felippo: Minha rotina nos Estados Unidos é chata. Tento suprir de alguma forma. Procuro fazer cursos, ver onde tem academia, ver o que tem para Alicia fazer lá. Mas não gosto. Não é minha cultura, não é onde está minha família ou meus amigos. Às vezes, a questão de não dominar a língua me irrita. Ele viaja muito por causa dos jogos e eu acabo ficando sozinha. É uma rotina que não me agrada, mas que eu abro mão para estar junto dele.
iG: Como é ser mulher de um atleta? 
Samara Felippo: É difícil porque eu tenho de estar, no mínimo, muito bem. Eu tento me cuidar, não só por ele, mas para mim e minha profissão. Sempre fico de olho no peso, mas não sou neurótica. Mas já fui. Já tomei remédio para emagrecer e fiz monte de besteiras: fiquei sem comer, fiz tratamentos loucos e cultivei uma gastrite por causa disso. Não tento ficar magrela por que isso seria impossível, não é meu biótipo. Tenho um ritual de beleza: faço muay thai, trato do cabelo e da pele. É aquela coisa: a gente não se vê nunca, então quando estamos juntos tenho de estar linda.
iG: Pensam em oficializar a união? 
Samara Felippo: A gente estava tentando casar esse ano, mas não conseguimos. Agora, tem Olimpíadas e eu vou começar a gravar. Sempre tem uma desculpa. A gente quer fazer mais pela festa porque já somos casados. Não tenho sonho de entrar na igreja. Quero casar na praia, com a Alicia descalça, com uma florzinha no cabelo. Uma cerimônia para muito pouca gente. Quem sabe ano que vem?
iG: Você já sofreu algum tipo de preconceito por causa do relacionamento com o Leandro, que é negro? 
Samara Felippo: Não, nunca.
iG: Tem medo que a sua filha passe por isso? 
Samara Felippo: Não. Acho que o preconceito diminui e quem ainda pensa assim tem uma cabecinha tosca. Tenho certeza de que ela vai ter personalidade suficiente para lidar com isso.
iG: Na próxima semana, começam as Olímpiadas e o Leandrinho vai jogar pelo Brasil. Como está a sua expectativa? 
Samara Felippo: Estou empolgada. Nunca fui a nenhuma olímpiada e meu marido está participando. Vou para Londres no dia 27 ficar com ele, mas não vou levar a Alicia. É muita confusão para a baixinha.
iG: Na última edição dos jogos ele pediu dispensa e foi muito criticado. A pressão agora é maior? 
Samara Felippo: Por ele ser da NBA, a cobrança por resultados é enorme. Ele, Nenê, Varejão e o Splitter sempre têm de ser os melhores, fazer muitos pontos. Mas o Leandro é safo, uma pessoa muito tranquila. O que ele quer é trazer medalha para o Brasil.




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